sexta-feira, 29 de abril de 2011


Soneto ao adormecido – Augusto Frederico Schmidet
Como não te sorrir, o adormecido,
E  como não chorar sobre nós mesmos!
Como não se alegrar ao contemplar-te,
E não entristecer em nós pensando?
Como não perceber que a vida impura
Se conservou de ti distante e ausente
E em nós vingou seus ásperos desejos,
Seus caprichos terríveis e suas mágoas?
Como não te sorrir, morto e inocente
Cansado de brincar, se estás liberto
Do destino de ter nosso destino?
Como não se alegrar com a tua sorte,
Se nunca hás de chorar sobre ti mesmo,
Sobre a tua inocência e os teus brinquedos?
( Transcrito de Mar desconhecido,por MR, p.15)

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